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15 e 22/06 - 08:00-12:00

A Performance Management (PM) é uma área de especialidade dentro da OBM (Gestão do Comportamento em Organizações) que implementa estratégias eficazes e comprovadas meio do uso de dados para maximizar o desempenho em locais de trabalho e organizações. Aplica princípios de comportamento para gerenciar o desempenho de funcionários, grupos e empresas. Daniels (2016) explica que, uma vez que A PM é baseada em abordagens de dados precisos, as soluções para problemas podem ser repetidas nas mesmas configurações/ambientes ou semelhantes, enquanto estendidas para novas configurações/ambientes com os mesmos resultados. A PM ajuda supervisores, gerentes, etc., a saber como impactar e influenciar mudanças de comportamento. Ela também auxilia os superiores em empresas e organizações a se tornarem líderes eficazes porque conhecem estratégias para gerenciar comportamentos de seus funcionários. 

Neste curso, o conceito de organização será abordado como um “sistema de interações comportamentais orientado para a produção recorrente de resultados significativos para e na sociedade na qual ela se insere” (Gusso & De Luca, 2017). Entender o conceito dessa forma é orientador para o trabalho dos psicólogos em organizações, uma vez que ele enfatiza aspectos do que as constitui e, portanto, do que deve ser levado em conta e priorizado ao atuar profissionalmente em uma organização. Os principais aspectos dessa definição são (a) a ênfase nos comportamentos das pessoas, em vez da estrutura da organização; (b) a orientação da atuação da organização por necessidades da sociedade, e não por demandas internas da própria organização; e (c) a continuidade das classes de ações ao longo do tempo, o que constitui fenômenos como a cultura organizacional. Sendo assim, é relevante que os analistas do comportamento que buscam trabalhar em (ou para) organizações aprendam a atuar sobre os comportamentos das pessoas que fazem parte das organizações e sobre as contingências que controlam esses comportamentos, de modo a maximizar o cumprimento do objetivo máximo da organização, que é a produção recorrente de resultados para e na sociedade (Gusso & De Luca, 2017).

Para conseguir atuar dessa forma, a compreensão dos níveis de desempenho dentro de uma organização é essencial e, por esse motivo, será discutida também nesta disciplina. As organizações são sistemas complexos, “sistemas dentro de sistemas”, e compreender os diferentes níveis em que as interações acontecem dentro das organizações possibilita que o analista do comportamento melhore sua capacidade de observação e de intervenção profissional dentro delas. São três os níveis de desempenho: 1) o nível organizacional, 2) o nível de processo e 3) o nível de trabalho/tarefa/executor. O nível organizacional é o nível mais “macro”, que se refere ao ambiente de negócios da organização, seu relacionamento com o mercado. O nível de processo é mais intermediário e se refere ao fluxo de trabalho dentro da organização. Já o nível de trabalho/tarefa/executor é o nível mais “micro” de desempenho e se refere à execução das atividades/tarefas pelos membros da organização (Rummler & Brache, 1992; Diener, McGee, & Miguel, 2009).

O terceiro nível é definido como mais “micro” por ser menos abrangente que os demais, mas é de grande importância para a produção dos resultados da organização, por ser o nível que torna concretos os processos dentro de uma organização (Rummler & Brache, 1992; Diener, McGee, & Miguel, 2009). Analisar o desempenho nesse nível possibilita que os analistas do comportamento atuem sobre as variáveis que interferem de modo mais direto nos comportamentos dos membros da organização. Ou, em outras palavras, possibilita a gestão de desempenho nas organizações. A análise também possibilitará perceber que quase sempre os determinantes dos problemas que ocorrem em uma organização estão no sistema, não nas pessoas (Rummler & Brache, 1992).

Os três níveis de desempenho são interdependentes e constituem o desempenho da organização como um todo. A análise de uma organização como um sistema implica no entendimento dos diferentes níveis de desempenho, cada um deles com variáveis específicas a serem examinadas (Rummler & Brache, 1992; Diener, McGee, & Miguel, 2009). Essa forma de intervir profissionalmente possibilita grande clareza sobre como ocorre e o que interfere com o desempenho na organização, beneficiando, consequentemente, a atuação do analista do comportamento.