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Categorias +Explorando a Aplicação da DBT em Pacientes com Transtornos de Uso de Substância
O consumo prejudicial e a dependência de substâncias como o álcool, tabaco e outras drogas representam uma grave preocupação de saúde pública em todo o mundo.
Esse é um tema bastante complexo e, dentre as formas de tratamento para transtornos de uso de substâncias, a Terapia Comportamental Dialética (DBT) tem se destacado como uma ferramenta eficaz para manutenção das pessoas em tratamento e para o desenvolvimento de habilidades de ajustamento social [1]
Como a DBT faz isso? Vem comigo!
A DBT se baseia na ideia de que os indivíduos que sofrem de problemas de saúde mental, incluindo transtornos de uso de substâncias, muitas vezes têm dificuldades em regular suas emoções e interações interpessoais.
Tenha como exemplo uma condição em que uma pessoa está no ambiente de trabalho e, ao solicitar um documento, o colega diz que não poderá entregar no dia. Essa é uma situação que muitas pessoas já passaram e/ou ainda vão passar. Na medida do possível, o que podemos fazer é aceitar a resposta, apesar de ficarmos chateados. Contudo, uma pessoa que sofre do transtorno de uso de substâncias pode estar sob controle de algum tipo de substância que a deixa mais irritada. Assim, suas ações frente a essa situação podem não ser tão adequadas, se envolvendo em agressões verbais e até mesmo físicas dada a dificuldade de controlar suas emoções e comportamentos.
Portanto, a DBT visa ajudar essas pessoas a desenvolverem habilidades para lidar com suas emoções de forma mais eficaz e melhorar suas relações interpessoais.
Uma estratégia possível, nesse contexto, é o uso do mindfulness (ou Atenção Plena). O mindfulness envolve aprender a estar presente no momento e a observar pensamentos e sentimentos sem julgamento. Isso vem em conjunto com práticas de desenvolvimento de habilidades de regulação emocional, uma vez que regulação emocional desempenha um papel crítico no uso de substâncias. Indivíduos que lutam com o controle de suas emoções podem recorrer a substâncias para aliviar o desconforto emocional, por exemplo.
A DBT ensina como identificar e nomear emoções, praticar a atenção plena e desenvolver estratégias saudáveis para lidar com emoções intensas.
Além de controlar as emoções, pessoas que abusam de substâncias precisam aprender a identificar gatilhos e comportamentos de busca. Isso envolve o uso de diários de comportamento para rastrear emoções, situações e pensamentos que precedem o uso de drogas ou álcool, por exemplo. A extensão disso, é o ensino de habilidades de prevenção de recaídas. A DBT ajuda os indivíduos a reconhecerem os sinais de alerta de uma possível recaída e a desenvolverem estratégias para evitá-la. Isso inclui o treino de aceitação e autocompaixão, ajudando os clientes a desenvolverem uma relação mais compassiva consigo mesmos, o que pode ser fundamental para a recuperação.
E, com o objetivo de ampliar as redes de apoio da pessoa que sofre do abuso de substâncias, são empregadas técnicas para o desenvolvimento de habilidades interpessoais. Isso ajuda os indivíduos a construírem relações mais saudáveis e funcionais, reduzindo conflitos que podem contribuir para o uso de substâncias.
Se você chegou até aqui, deve ter visto que a DBT oferece um modelo de tratamento abrangente e cientificamente fundamentado para transtornos de uso de substâncias.
Ao combinar elementos de mindfulness, regulação emocional, aceitação, habilidades interpessoais e estratégias de enfrentamento, a DBT capacita os indivíduos a superarem os desafios associados ao uso de substâncias e a construírem vidas mais saudáveis e significativas.
Conheça mais sobre esse assunto no nosso curso "Terapia Comportamental Dialética para Transtornos de uso de substâncias"
LINK:http://institutocontinuum.com.br/curso/181-dbt-para-transtornos-de-uso-de-substancias [link na bio]
[1] - Marsha M. Linehan, Henry Schmidt, Linda A. Dimeff, J. Christopher Craft, Jonathan Kanter & Katherine A. Comtois (1999) DialecticalBehaviorTherapy for Patientswith Borderline PersonalityDisorderandDrug-Dependence, American JournalonAddictions, 8:4, 279-292,DOI: 10.1080/105504999305686
Doutor André Connor de Méo Luiz - Coordenador Acadêmico do Instituto Continuum