Motivação é um conceito guarda-chuva que representa como as histórias passadas e atuais de uma pessoa, interagem e modulam atividades direcionadas aos objetivos. Assim, podemos dizer que comportamentos motivados são aqueles que levam a um objetivo e esse objetivo é a recompensa.

Estados motivacionais podem afetar qual resposta ocorrerá, bem como sua intensidade. 

Esses dois aspectos parecem ter tanto bases neurais comuns quanto distintas. Assim, podemos ver que alguns fatores fisiológicos (como ciclo circadiano) podem fazer com que uma pessoa fique mais inclinada a se comportar de uma forma específica (i.e., qual comportamento ocorrerá), mas outros fatores como o contexto ou regras podem controlar a intensidade desses comportamentos. Também podemos ver que pistas ambientais que sinalizam resultados conhecidos e esperados podem aumentar a ocorrência de diversos tipos de comportamento ou aumentar a intensidade de comportamentos específicos.

Nessa relação, existe uma possível hierarquia:

(1) Condições fisiológicas, como os ciclos sono-vigília, alteram estados gerais de excitação que…

(2) promovem o aumento de probabilidade da emissão de diversos comportamentos que…

(3) têm sua probabilidade e intensidade moduladas pelos próprios estados fisiológicos e também por pistas ambientais…

(4) fazendo com que um ou mais tipos específicos de comportamento surjam em diferentes intensidades.

A partir dessas influências neurais e ambientais, pode-se dizer que as pessoas sofrem de dois tipos problemas de motivação:

1 - o primeiro envolve apatia e déficits patológicos na motivação, comumente vistos em pacientes com esquizofrenia e transtornos de humor.

2 - o segundo envolve os excessos (como adicção) e o direcionamento errôneo da motivação, isto é, excessos comportamentais que geram consequências prejudiciais - mesmo que prazerosas - em médio e logo prazo.

Portanto, decidir intervenções comportamentais, planejar tratamentos ou iniciar protocolos não depende somente da aplicabilidade do plano sobre a demanda do cliente, mas também dos estados motivacionais que esse cliente vem apresentando.

Para tornar a atuação profissional mais eficaz, é necessário aumentar os níveis de regulação emocional do cliente, criando condições para que ele se engaje naquilo que é proposto pelo profissional.

Dependendo do estado emocional, excessos de engajamento podem ocorrer. E, por mais estranho que pareça, isso pode causar rigidez comportamental. Por outro lado, dependendo do estado emocional, o cliente pode apresentar pouco engajamento, demonstrando pouca motivação para fazer o que foi proposto, dificultando o processo de melhora.

Entender como seu cliente reage a determinados contextos, como funcionam alguns de seus ciclos fisiológicos e como ele lida com emoções é fundamental para a eficácia de suas intervenções, seja você psicóloga, fisioterapeuta, nutricionista ou profissional da educação física.

Na Disciplina “O que Move o Ser Humano” da Pós em Neurociências e Comportamento do Instituto Continuum, você aprenderá a identificar e entender estados motivacionais e a utilizar estratégias para promover regulação emocional.

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